Navegando por Autor "Freitas, Caroline Cotta de Mello"
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Item Cada rastro de seu toque: a morte para os Yanomami(2021) Silva, Lívia Giuliane da; Freitas, Caroline Cotta de MelloEste artigo trata sobre a impossibilidade de executar os ritos funerários em sua totalidade e chorar os mortos num cenário pandêmico de alto contágio, principalmente entre os Yanomami. Veremos as diferenças particulares no modo yanomami de ver a morte, em divergência à escatologia ocidental. Para isso, tomaremos como ponto de partida a notícia, que ganhou a mídia, sobre as mães Sanöma (etnia Yanomami) que pediam pelos corpos de seus bebês, vítimas da pandemia do novo coronavírus. O povo Yanomami, assim como outros povos indígenas, tem sido diretamente afetado desde a primeira aproximação dos brancos, o que faz da morte uma presença muito mais constante e descontrolada que a experimentada pelos seus ancestrais. Com base nos diálogos produzidos por Davi Kopenawa e Bruce Albert, e também da reflexão de antropólogos como Eduardo Viveiros de Castro, Silvia Pellegrino e Moisés Ramalho, descreveremos a morte para os Yanomami e os rituais deste povo, passando por questões fundamentais como a obliteração dos traços do morto, o lamento, a vingança e o reahu.Item Entre wiphalas, polleras e ponchos: embates entre discursos de CONAMAQ, do Estado plurinacional da Bolívia e do direito internacional(2013-03-15) Freitas, Caroline Cotta de Mello; Montero, Paula; Universidade de São PauloNesta tese analisamos a atuação dos movimentos sociais indígenas na Bolívia, e seus discursos sobre autonomia. Nosso foco é o CONAMAQ Consejo Nacional de Ayllus y Markas del Qullasuyu. Por entendermos que não existe enunciado sem posição, mapeamos os discursos que operam na esfera pública boliviana a fim de compreender qual a posição do CONAMAQ. Este mapeamento consistiu na análise também dos discursos da CSUTCB Central Sindical Única de Trabajadores Campesinos de Bolivia e do Estado Plurinacional de Bolívia. Descrevemos os discursos nacionalistas e indianistas bolivianos, em especial o katarismo, para analisar a constituição dos agentes, de seus posicionamentos e do modo como interagem. Nossa intenção foi definir o campo de relações, simultaneamente prático e discursivo, no qual se codificam os sistemas de diferenças que compõem o contexto em que circulam os agentes e seus discursos. Encontramos evidenciados no processo de construção do Estado Plurinacional na Bolívia, dois discursos com base nos quais se estabelecem posições discursivas, organizam-se movimentos sociais e criam-se agentes na esfera política pública: o camponês-indígena e o indígenaoriginário. Com base nisso, propomos analisar o encontro dos discursos sobre direitos do CONAMAQ, do Estado Plurinacional e da normativa do direito internacional sobre direitos dos povos indígenas, com ênfase no debate sobre o direito à autonomia. A fim de demonstrar que os contatos e encontros entre os níveis discursivos local (identificados como CONAMAQ e Estado plurinacional), e internacional (entendido como a normativa de direitos dos povos indígenas constituída por organismos internacionais), se interpenetram e apresentam diferentes pontos de contato, constituindo embates discursivos na esfera pública local e, também, na internacional/global.