Navegando por Autor "Severo, Leonardo Barboza Farias"
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Item As bases necessárias para a transição agroecológica(2024) Severo, Leonardo Barboza Farias; lbfsevero@gmail.comA hegemonia da proposta da Revolução Verde para a produção agrícola foi iniciada no mesmo período que começa a construção da hegemonia do capital financeiro na Economia Política Mundial. Deste período, década de 70, aos diais atuais, foi se constituindo um novo “normal” na produção agrícola mundial, em que impeliram os camponeses buscar todos os insumos, necessários a produção, no mercado. Assim, foi por meio do controle da oferta dos insumos necessários a produção que as grandes empresas buscaram dominar a produção agrícola mundial. A expansão do capital financeiro foi o que impulsionou o processo de oligopolização da produção dos insumos necessários a produção agrícola a nível mundial. Esses foram os casos das sementes transgênicas, dos agrotóxicos, fertilizantes e máquinas agrícolas. Esse processo, além de dificultar a maior autonomia produtiva do/a agricultor/a, também teve o efeito de maior degradação do meio ambiente e diminuição da qualidade nutricional dos alimentos, e, até chegou a transformar alguns alimentos em veneno. Tudo isso para alcançar dois objetivos, ter altas taxas de lucros e monopolizar os mercados. Para sair da crítica e superar esse modelo tóxico, precisamos de alternativas reais e concretas para a produção agrícola. E, para os movimentos camponeses, a Agroecologia é o único caminho possível. Entendemos a agroecologia como a união dos conhecimentos históricos acumulados a partir da experiência produtiva concreta dos/as camponeses/as, povos indígenas e quilombolas, com o conhecimento científico. Esse modelo que não é só produtivo como também é cultural, propõe alimentar o povo de maneira geral, e não entende o alimento como uma mercadoria, mas sim como um produto necessário para o a sobrevivência da espécie humana. A produção agroecológica torna possível que o trabalho do/a agricultor/a seja realizado de forma harmônica com a natureza. Ademais, o alimento agroecológico possui muito mais nutrientes e torna nossa alimentação mais saudável, o que vem a diminuir muitos casos de doenças e mortes por intoxicação. Entretanto, compreendemos que para a produção agroecológica seja viável em termos produtivos como também para que toda a população tenha condições de consumir, precisamos desenvolver os meios de produção necessários para elevar a escala produtiva da agroecologia. Para isso, vamos precisar caminhar em dois sentidos. O primeiro é o desenvolvimento técnico e científico para viabilizar a produção agroecológica, para conseguir trocar a semente transgênica ou hibrida pela semente criolla, trocar o agrotóxico e fertilizantes por bioinsumos naturais, e para produzir máquinas acessíveis e de menor porte. O segundo caminho é o da luta, pois o projeto da Agroecologia conflita diretamente com o modelo da Revolução Verde. O imperialismo promovido pelos grandes oligopólios internacionais junto aos seus aliados socio menores a nível nacional lutam diariamente para impedir que um modelo alternativo surja contra seu projeto de alta taxa de lucro, monopólios de mercados e super exploração do trabalho. Deste modo, cabe aos trabalhadores como um todo, e, principalmente, aos camponeses, quilombolas e indígenas, a luta pela construção da transição agroecológica no Brasil.