O espaço do museu: sociabilidades possíveis a partir de políticas culturais e institucionais

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2021

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Resumo

O artigo visa compreender os efeitos de políticas culturais na criação de uma cidadania cultural, explorando a análise de sociabilidades produzidas nos espaços de museus. Foram utilizados dados coletados em 2018 para uma análise do funcionamento padrão dos museus pré-pandemia, essencial para o entendimento de todas as sociabilidades possíveis. Foi utilizado como estudo principal o Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (MASP), que possui um espaço que convida muitos tipos de interações entre os diferentes públicos. A partir da pesquisa de Bourdieu e Darbel (1969), uma nova vertente de políticas culturais começou a ganhar força: a da democracia cultural, que reivindica uma definição mais ampla de cultura. Esta vertente chega ao Brasil a partir da redemocratização, abrindo espaço para novas definições sobre cidadania cultural, que foi estabelecida a partir de três pontos centrais: direito do uso do espaço; participação na definição cultural; e experimentação e formação. Vivenciar o espaço do museu pressupõe diferentes formas de sociabilidade para seus diversos públicos. Analisar os diferentes usos permite desenhar de qual forma a sociabilidade está sendo exercida. No MASP, a concepção de uma nova missão e processos curatoriais abertos fortaleceram políticas polifônicas dentro do museu, apesar de ainda existirem alguns processos que centralizam decisões. O público é incentivado a criar suas próprias relações com o museu, sem que haja uma hierarquização de conexões, por mais que ainda seja necessário criar mecanismos para que todos se sintam amparados. A ressignificação dos espaços do MASP acontece diariamente e de formas diversas pelos públicos que utilizam o espaço, tornando-se um local para festas, encontros, moradia e outros. Espera-se que este artigo contribua para uma maior compreensão sobre a importância de museus e políticas culturais mais democráticas como forma de garantir a cidadania cultural. Articular sobre esse tema é necessário neste ano de 2022 com o fim da vigência do Plano Nacional Setorial de Museus e possível reeleição de um governo que promove um grande desmonte institucional do apoio à cultura através de políticas governamentais que enfraquecem e censuram algumas manifestações.


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