Docentes
URI Permanente para esta coleção
Navegar
Navegando Docentes por Autor "Pochmann, Márcio"
Agora exibindo 1 - 2 de 2
Resultados por página
Opções de Ordenação
Item Inserção dos jovens no mercado de trabalho, subdesenvolvimento e as mudanças estruturais(2020-12-16) Sousa, Euzebio Jorge Silveira de; Pochmann, Márcio; Proni, Marcelo Weishaupt; Universidade Estadual de CampinasNos anos 2000 o Brasil registrou um consistente crescimento econômico que, associado a implementação de políticas sociais e de emprego, proporcionaram redução da desigualdade, ampliação dos empregos formais, redução da desocupação e elevação da renda das famílias, impactando especialmente a inserção laboral dos jovens. No período também se processam mudanças no padrão de acumulação em esfera global, marcadas pela finaceirização, inovações tecnológicas e organizacionais e mudanças institucionais que promovem destruição de ocupações e alterações nas trajetórias formativas e profissionais. No Brasil, a partir da crise de 2015, se verifica reversão no quadro político e econômico no país, produzindo rápida desestruturação do mercado de trabalho, processo acelerado pelas políticas liberalizantes de 2016 e reforma trabalhista de 2017. A presente tese buscou identificar se as mudanças na inserção dos jovens no mundo do trabalho no Brasil dos anos 2000 tiveram um caráter estrutural, ou se foram meramente conjunturais, e por isso, rapidamente suplantadas pela crise de 2015. O problema de pesquisa foi abordado a partir de uma perspectiva da economia política, conciliando uma análise da estrutura econômica com uma abordagem de classes. Para tanto, foram investigadas as seguintes hipóteses: Os avanços econômicos e sociais dos anos 2000 não foram suficientes para romper com as deficiências do mercado de trabalho brasileiro; as mudanças na inserção dos jovens no mundo do trabalho seriam revertidas após a mudança de ciclo econômico apontando para o caráter não estrutural das mudanças no mundo do trabalho; o excedente estrutural de força de trabalho e a heterogeneidade social são elementos funcionais para o tipo de acumulação no Brasil e demandam uma inserção precoce e precária dos jovens no mundo do trabalho; e, por fim, o tipo de inserção laboral dos jovens é um indicador de tendências do mercado de trabalho como um todo. A presente pesquisa confirmou a validade das hipóteses, com exceção da segunda, uma vez que parte das mudanças na inserção dos jovens, como a redução da taxa de participação dos adolescentes, não foram revertidas nem com o aprofundamento da crise da segunda metade dos anos 2010. Concluiu-se, ademais, que o excedente estrutural e a profunda polarização do mercado de trabalho no Brasil são compatíveis com a nova economia de plataforma, modalidade de contratação que tem absorvido parcelas expressivas de jovens no início de carreira, ofertando ocupações flexíveis e precárias.Item Juventude e trabalho plataformizado no Brasil: juventude indicando tendências(2021-10) Sousa, Euzébio Jorge Silveira de; Pochmann, Márcio; Bonone, Luana MeneguelliA expansão da economia de plataforma tem produzido transformações no mercado de trabalho em todo o mundo, desregulamentando mercados, flexibilizando relações trabalhistas, remunerando sob demanda e impondo uma lógica de produção just-in-time. Fruto do fim do contrato social do pós-guerra, da desregulamentação financeira e da imersão de um paradigma tecnológico mais flexível, a nova economia se utilizou das plataformas para transformar a geração de valor a partir da redução do tempo de rotação do capital e geração e processamento de grande massa de dados sobre padrões de consumo e gestão da produção, sobretudo do trabalho. O mercado de trabalho no Brasil nunca superou o excedente estrutural de força de trabalho e a profunda heterogeneidade, marcado por elevado desemprego, baixos salários, alta rotatividade e grande incidência de subempregos. As particularidades da inserção laboral de jovens é um indicador de mudanças de ciclos econômicos e transformações no mundo do trabalho. O presente artigo aponta que a juventude está mais exposta às precárias ocupações plataformizadas por possuir elevada taxa de participação, estar mais exposta ao desemprego, ter maior disposição física para o trabalho extenuante, ser obrigada a conciliar trabalho e estudo e ter maior familiaridade com novas tecnologias. No entanto, ponderamos que este grupo etário tende a ter papel relevante na organização dos trabalhadores de plataforma.