XIII - Desenvolvimento sustentável (2024)
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O evento teve como enfoque o ‘Desenvolvimento Sustentável’, entendido nos termos da Organização das Nações Unidas (ONU) como “desenvolvimento que responde às necessidades do presente sem comprometer a capacidade de resposta das gerações futuras às suas próprias necessidades”, além das linhas de pesquisa da instituição.
Os trabalhos foram apresentados entre os dias 31 de outubro e 01 de novembro de 2024
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Item As bases necessárias para a transição agroecológica(2024) Severo, Leonardo Barboza Farias; lbfsevero@gmail.comA hegemonia da proposta da Revolução Verde para a produção agrícola foi iniciada no mesmo período que começa a construção da hegemonia do capital financeiro na Economia Política Mundial. Deste período, década de 70, aos diais atuais, foi se constituindo um novo “normal” na produção agrícola mundial, em que impeliram os camponeses buscar todos os insumos, necessários a produção, no mercado. Assim, foi por meio do controle da oferta dos insumos necessários a produção que as grandes empresas buscaram dominar a produção agrícola mundial. A expansão do capital financeiro foi o que impulsionou o processo de oligopolização da produção dos insumos necessários a produção agrícola a nível mundial. Esses foram os casos das sementes transgênicas, dos agrotóxicos, fertilizantes e máquinas agrícolas. Esse processo, além de dificultar a maior autonomia produtiva do/a agricultor/a, também teve o efeito de maior degradação do meio ambiente e diminuição da qualidade nutricional dos alimentos, e, até chegou a transformar alguns alimentos em veneno. Tudo isso para alcançar dois objetivos, ter altas taxas de lucros e monopolizar os mercados. Para sair da crítica e superar esse modelo tóxico, precisamos de alternativas reais e concretas para a produção agrícola. E, para os movimentos camponeses, a Agroecologia é o único caminho possível. Entendemos a agroecologia como a união dos conhecimentos históricos acumulados a partir da experiência produtiva concreta dos/as camponeses/as, povos indígenas e quilombolas, com o conhecimento científico. Esse modelo que não é só produtivo como também é cultural, propõe alimentar o povo de maneira geral, e não entende o alimento como uma mercadoria, mas sim como um produto necessário para o a sobrevivência da espécie humana. A produção agroecológica torna possível que o trabalho do/a agricultor/a seja realizado de forma harmônica com a natureza. Ademais, o alimento agroecológico possui muito mais nutrientes e torna nossa alimentação mais saudável, o que vem a diminuir muitos casos de doenças e mortes por intoxicação. Entretanto, compreendemos que para a produção agroecológica seja viável em termos produtivos como também para que toda a população tenha condições de consumir, precisamos desenvolver os meios de produção necessários para elevar a escala produtiva da agroecologia. Para isso, vamos precisar caminhar em dois sentidos. O primeiro é o desenvolvimento técnico e científico para viabilizar a produção agroecológica, para conseguir trocar a semente transgênica ou hibrida pela semente criolla, trocar o agrotóxico e fertilizantes por bioinsumos naturais, e para produzir máquinas acessíveis e de menor porte. O segundo caminho é o da luta, pois o projeto da Agroecologia conflita diretamente com o modelo da Revolução Verde. O imperialismo promovido pelos grandes oligopólios internacionais junto aos seus aliados socio menores a nível nacional lutam diariamente para impedir que um modelo alternativo surja contra seu projeto de alta taxa de lucro, monopólios de mercados e super exploração do trabalho. Deste modo, cabe aos trabalhadores como um todo, e, principalmente, aos camponeses, quilombolas e indígenas, a luta pela construção da transição agroecológica no Brasil.Item O acesso ao patrimônio cultural e o desenvolvimento sustentável(2024) Maringelli, Isabel Cristina Ayres da Silva; isabel.ayres@gmail.comDentre os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) citamos o de número 4: Educação de qualidade: assegurar a educação inclusiva, equitativa e de qualidade, e promover oportunidades de aprendizagem ao longo da vida para todas e todos. Segundo a IFLA as bibliotecas são aptas a apoiar os pesquisadores na reutilização de pesquisas e dados para criação de novos conhecimentos. Nesse contexto é evidenciado o papel da biblioteconomia e Ciência da Informação para aprimorar o acesso ao patrimônio cultural. Hugues de Varine discute o conceito de patrimônio, categorizando-o em três divisões: património dos recursos humanos (mar, ar, terra), património do ambiente natural (meio ambiente) e património da cultura. Ele também argumenta que o patrimônio pode ser uma forma de resistência dos países colonizados, visando afirmar sua independência. Reconhecer um bem como patrimônio cultural, que abrange o patrimônio artístico, histórico, objetos, documentos, conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, dentre outros, significa dotá-lo de importância para ser legado às futuras gerações. Em paralelo a decolonialidade é indicada nas formas de pensar, saber e fazer anteriores à colonização, sendo necessário destruir as rotas envolvidas, a espiritualidade e o pensamento, as estruturas entrelaçadas e constitutivas do capitalismo global e da modernidade ocidental. A decolonialidade está presente em toda parte, como manifestação da desvinculação da modernidade para uma reconexão aos "legados que as pessoas querem preservar, tendo em vista os modos afirmativos de existência que elas querem viver". O debate sobre o colonialismo digital, discussão no ambiente arquivístico, museológico e biblioteconômico, tem relações com racismo e tecnologias informacionais no interior da luta de classes contemporâneas. As relações entre patrimônio e desenvolvimento são abordadas por Varine, que afirma que o patrimônio é a base de toda proposta de desenvolvimento. No Brasil, surgiram iniciativas e disponibilização de acervos digitais, exemplificando o diálogo entre a Ciência da Informação (CI) e as Humanidades Digitais. Como exemplo, os museus são instituições que têm buscado dar respostas à problematização trazida pelo tema por meio de iniciativas como realização de curadorias, e outras atividades. Para Mia Couto, mais do que enaltecer o passado, pensamento presente nos museus do século XIX, os museus devem ser vistos como fábricas de futuro. A informação é imbuída de um caráter social, e se faz necessário que esteja disponível aos públicos das instituições para a produção de conhecimento e acesso. Diante disso considera-se o conhecimento contido nos acervos (arquivístico, bibliográfico e museológico) como base para a produção de novos conhecimentos e saberes, indispensáveis ao desenvolvimento sustentável das terras e dos povos. Esse trabalho pretende explorar, no âmbito da Ciência da Informação, formas integradas de acesso à informação do patrimônio cultural.