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    Digital, midiática e desigual: caminhos para uma sociedade em rede que ainda precisa conectar, incluir e letrar
    (2021) Silvério, Priscila; Segurado, Rosemary
    Viver em rede já é realidade para bilhões de pessoas. Acesso é o imperativo e conteúdo o que movimenta as novas gerações. Mas como falar de Sociedade da Informação em um país onde 11 milhões de cidadãos são analfabetos (IBGE, 2020) e 28% dos domicílios ainda não possuem internet (CGI, 2020)? Debater a construção de uma sociedade informada e conectada aos novos espaços visando participação cidadã plena torna-se tarefa ainda mais desafiadora no Brasil. Essa é a discussão que propomos a partir de entrevistas com especialistas em educação e internet; revisão bibliográfica de materiais sobre desigualdades digitais, dinâmicas das plataformas e conectividade, e análise dos conceitos de letramento digital e midiático. O objetivo é inspirar reflexões sobre o tipo de sociedade que precisamos construir e apontar políticas públicas urgentes num mundo pós-pandêmico e, irreversivelmente, em rede.
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    O feminismo na segurança internacional: o conflito palestino-israelense sob a lente da mulher palestina
    (2021) Santos, Pamela Camarano Ferraz dos; Castro, Suhayla Khalil Viana de
    A presente monografia discute a atuação da mulher palestina nos conflitos que envolvem a Palestina e Israel e também os efeitos que o confronto incide sobre ela, principalmente a partir do Mandato Britânico na região. Após a Guerra Fria, dá-se início ao terceiro debate das Relações Internacionais, carregado de questionamentos sobre questões como identidade, igualdade e justiça, refutando a ideia de um conhecimento universal corroborado pelas escolas tradicionais. Nesse contexto, o gênero passa a ser considerado como importante viés de análise, inclusive em setores majoritariamente masculinos como o da Segurança Internacional. Diferentes autores que incorporam a lente feminista em seus estudos apontam a coexistência das relações de poder, tanto nos conflitos internacionais como também na forma de estudá-los. Concepções como a de que a mulher está sempre em posição de vítima que precisa ser protegida não cabem nesse quadro. Acima de tudo, essa nova lente busca transcender a visão dos impactos desses conflitos para além do Estado, focalizando sua relação direta com o âmbito doméstico. Aplicando tal perspectiva teórica, o presente trabalho argumenta que, para entender a atuação das mulheres palestinas nos conflitos da região, é necessário compreender mais profundamente sua identidade, costumes e como as violências que as permeiam em seu âmbito individual, doméstico e estatal estão correlacionadas e não podem ser desvinculadas para atingir-se um contexto de paz. Essas mulheres vêm se organizando há muitas décadas em movimentos que progressivamente evoluíram de comitês assistencialistas a nacionalismos e, por fim, deram origem aos diferentes feminismos palestinos, rompendo com as assim chamadas hipóteses ocidentais da mulher palestina exclusivamente subordinada e oprimida.
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    A moradia popular e o MTST: a financeirização da moradia no Brasil e a pedra no caminho do movimento social
    (2021) Horacio, Miriam Antonia; Barboza, Darlan Praxedes
    O direito fundamental e social de acesso à moradia digna, conforme previsto na Constituição Federal, e as respectivas políticas públicas, precisam ser compreendidas, de um lado, levando-se em consideração aspectos tais como as desigualdades sociais, o contexto das políticas neoliberais (nele contido o valor da terra e a financeirização da moradia, que contribuem para o desemprego e o desamparo do trabalhador) assim como o impacto das inovações tecnológicas, que tendem a causar o desemprego estrutural. De outro lado, o direito à moradia e respectivas políticas apenas são compreensíveis no âmbito das manifestações da sociedade civil e dos movimentos sociais. Assim, é essencial a discussão sobre o direito do acesso à moradia digna no contexto do capitalismo neoliberal, para além do aspecto econômico, e no escopo de uma nova racionalidade que permita apreender o direito à cidade no escopo de um contexto em que a democracia está em xeque.
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    A praxiologia de Freud
    (2021) Rocco, Maria Rita Araujo; Alencar, Rodrigo
    Este artigo consiste em um exercício de aproximar a psicanálise de Freud à Teoria da Prática proposta por Bourdieu para análise de fenômenos sociológicos. Em outras palavras, Freud quando concebeu uma teoria para tratar doenças da psique agiu segundo preceitos que Pierre Bourdieu iria sistematizar anos mais tarde. Por meio da contextualização de cientificidade da época e das articulações sobre os estudos da histeria, localizamos o conhecimento de Freud como uma antecipação da praxiologia.
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    Federalismo fiscal brasileiro: a distribuição de competência tributária e o mecanismo de distribuição de receitas
    (2021) Oliveira, Marcus Emanuel Pereira de; Ambrósio, Luiz Felipe Arruda
    O presente trabalho tem por objetivo a análise o federalismo fiscal brasileiro, mormente a sistemática de distribuição das competências tributárias e o mecanismo de repartição de receitas, instrumentos idealizados com o fito de alocar de forma adequada as receitas arrecadadas. A metodologia utilizada corresponde a uma revisão da literatura especializada. A análise da estrutura de nosso sistema tributário faz constatar a grande centralização de recursos em poder da União, comprometendo a autonomia dos entes subnacionais, criando sérios obstáculos ao adimplemento de suas responsabilidades constitucionais que, em verdade, traduzem os anseios dos indivíduos, o bem-estar e a realização de justiça social. A introdução de mecanismos de equalização fiscal, instituídos para dar resposta aos frequentes conflitos regionais/locais por demandas por maior autonomia tributária, desempenham papel fundamental na estrutura federativa, buscando promover o bem-estar-social e a redução das reconhecidas disparidades regionais. Não obstante, verifica-se que as transferências intergovernamentais, por carecerem de critérios claros de distribuição de recursos, sendo muitas vezes anacrônicos face às exigências atuais, acaba por não promover os resultados esperados. Diante deste quadro, perscrutam-se soluções, apontando-se para uma revisão do modelo federativo, com definição clara de distribuição de encargos entre os entes da federação, conjugada com um adequado mecanismo de financiamento, o que implica em uma reavaliação dos campos de competência de tributos, os sistemas de transferências e de partilha de recursos.
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    Políticas públicas e construção de identidade regional: o caso do Centro Brasileiro de Estudos da América Latina - CBEAL
    (2021) Amorim, Magaly Pereira de; Castro, Suhayla Khalil Viana de
    Este artigo tem como objetivo apresentar as políticas públicas desenvolvidas pelo Centro Brasileiro de Estudos da América Latina (CBEAL) no período de 2019 a 2021 e, a partir delas, entendermos sua relação com o objetivo de integração latino-americana da Fundação Memorial da América Latina. Primeiro, apresentam-se os desafios para o reconhecimento e integração da América Latina e a importância das políticas públicas para a construção de uma identidade regional. Em seguida, uma breve apresentação da Fundação Memorial da América Latina e sua finalidade na fomentação da integração dos povos latino-americanos, bem como as políticas públicas promovidas por meio da produção acadêmica e cultural pelo Centro Brasileiros de Estudos da América Latina (CBEAL). Por fim, discute-se como essas políticas cumprem a missão de integrar os povos latino-americanos através da arte, cultura e educação, adequando-se aos objetivos preconizados pela Fundação.
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    O conceito de nação no pensamento social brasileiro
    (2021) Mide, Luiz Gustavo Lopez; Almeida, Rodrigo Estramanho de
    O presente artigo tem como objetivo estudar como o pensamento social brasileiro ao longo dos séculos tratou da “questão nacional”, isto é, o arcabouço teórico, os caminhos, e os resultados alcançados por aqueles que se propuseram a pensar e, de alguma maneira, a definir a nação brasileira. Nação é um conceito deveras recente no pensamento social, remota ao século XIX, com o surgimento dos Estados Modernos, para além de ser muito amplo e de difícil definição fechada. O conceito, que partiu inicialmente de uma noção eurocêntrica de sociedade, atravessou oceanos e virou questão premente em todo o mundo. Não foi diferente no caso brasileiro, que desde pelo menos sua Independência em 1822 passou a ter como uma das pautas do pensamento político e social a pendência na nação em uma terra onde já se encontrava estabelecido em alguma medida o Estado. A pendência da nação brasileira, embora sempre presente, foi aprofundada com maior cuidado em dois momentos específicos, quais sejam, o período imperial, sobretudo entre 1830 e 1870, com o movimento do romantismo, e a primeira metade do século XX, mais especificamente durante o período conhecido como Era Vargas (1930-1945). O que se nota é que a identidade nacional e a nação brasileira cunhada nesses dois períodos teve forte imposição “de cima para baixo”, atendendo tanto a interesses de uma elite nacional quanto a interesses do próprio Estado, reforçando desigualdades e implicando a exclusão de elementos sem os quais não é possível que o Brasil se estabeleça enfim como uma nação. Reflexo disso é a concepção de conceitos de nação que, por excelência, são artificiais, inacabados, mantendo-se a “questão nacional” premente e a falta de sua conclusão sentida na vida cotidiana social e política brasileira.
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    Cada rastro de seu toque: a morte para os Yanomami
    (2021) Silva, Lívia Giuliane da; Freitas, Caroline Cotta de Mello
    Este artigo trata sobre a impossibilidade de executar os ritos funerários em sua totalidade e chorar os mortos num cenário pandêmico de alto contágio, principalmente entre os Yanomami. Veremos as diferenças particulares no modo yanomami de ver a morte, em divergência à escatologia ocidental. Para isso, tomaremos como ponto de partida a notícia, que ganhou a mídia, sobre as mães Sanöma (etnia Yanomami) que pediam pelos corpos de seus bebês, vítimas da pandemia do novo coronavírus. O povo Yanomami, assim como outros povos indígenas, tem sido diretamente afetado desde a primeira aproximação dos brancos, o que faz da morte uma presença muito mais constante e descontrolada que a experimentada pelos seus ancestrais. Com base nos diálogos produzidos por Davi Kopenawa e Bruce Albert, e também da reflexão de antropólogos como Eduardo Viveiros de Castro, Silvia Pellegrino e Moisés Ramalho, descreveremos a morte para os Yanomami e os rituais deste povo, passando por questões fundamentais como a obliteração dos traços do morto, o lamento, a vingança e o reahu.
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    Jovens sem carteira e com futuro: a jornada paralela de construção de identidade pelo trabalho da juventude
    (2022) Zumalde, Ivan; Bergamin, Marta de Aguiar
    O artigo aborda as mudanças no mercado de trabalho no contexto da globalização e como os jovens, em especial os jovens brasileiros, interagem com essa situação enquanto buscam renda e satisfação no trabalho. O texto traz as implicações subjetivas, profissionais e políticas decorrentes dos desafios dessa trajetória enfrentada por uma das camadas mais atingidas pelo desemprego e a informalidade no Brasil contemporâneo, relacionando o fenômeno a partir do contexto histórico e social marcado pelo neoliberalismo. O ensaio aborda as razões históricas que culminaram na precarização do trabalho e situa o jovem dentro de uma perspectiva futura de um mercado de trabalho caracterizado pela diminuição do emprego formal padrão e impulsionado por uma nova morfologia laboral de natureza mais flexível, autônoma, instável e empreendedora. Baseado em uma análise teórico-empírica sobre dados do mercado de trabalho, pesquisas, artigos científicos e entrevistas com jovens em busca de oportunidades para o futuro, o artigo joga luz sobre o perfil e a visão dessa juventude como protagonista da sua própria transformação e os significados do trabalho hoje e no futuro.
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    Amor ou ódio ao Brasil?: a construção política do governo de Jair Messias Bolsonaro
    (2021) Teixeira, Margaréte Aparecida; Segurado, Rosemary; Rodrigues, Josefa Neves
    O presente estudo teve como objetivo analisar as ações antidemocráticas do Presidente da República Jair Messias Bolsonaro e sua relação com o ódio aos direitos humanos, pautando-se no estudo denominado pesquisa da USP e CONECTAS, cuja análise, envolveu pesquisa de 3049 normas jurídicas de resposta à COVID-19 no Brasil, as quais denotaram que o presidente Bolsonaro institucionalizou suas ações a favor da proliferação da COVID-19 no Brasil. Além disso, considerou-se relevante ancorar-se no pensamento de Jacques Rancière sobre o ódio a democracia, como também o trabalho da jornalista Patrícia Campos Mello, bem como diversos artigos científicos e jornalísticos. Com a análise do presente estudo observou-se que houve a institucionalização da violação dos direitos humanos, proferidas pelo governo de Jair Messias Bolsonaro, analisadas pela pesquisa USP/CONECTAS e ódio aos direitos humanos explicitados nas ações do governo Bolsonaro.
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    Novo acordo de livre comércio do continente africano (AfCFTA): como ele pretende mudar os rumos da globalização em África
    (2022) Prado, Maria Kawall; Sousa, Euzébio Jorge Silveira de
    A assinatura do Acordo Continental Africano de Livre-Comércio (AfCFTA), em 2018, pode ser considerado um feito histórico e é se tornou o maior acordo de Livre-Comércio vigente. Em vigor desde janeiro de 2021, foi assinado por 54 dos 55 países membros da União Africana. Tal acordo visa reduzir tarifas, aumentar o comércio inter-regional o que tem potencial de aumentar a renda dos africanos e retirar milhões de indivíduos da pobreza extrema, além de gerar empregos e diminuir a desigualdade econômica e de gênero no continente. No entanto, problemas históricos e estruturais do continente africano trazem grandes desafios ao cumprimento do acordo e a sua implementação. Assim, o objetivo deste artigo é apresentar o AfCFTA, assinalar quais as diretrizes do acordo para integração do continente africano, como ele aborda os aspectos socioeconômicos e o desenvolvimento industrial e por fim apontar como esse acordo pretende colocar a África numa nova perspectiva global.
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    O espaço do museu: sociabilidades possíveis a partir de políticas culturais e institucionais
    (2021) Nassralla, Giovanna Gray; Nasser, Marina Mattar Soukef
    O artigo visa compreender os efeitos de políticas culturais na criação de uma cidadania cultural, explorando a análise de sociabilidades produzidas nos espaços de museus. Foram utilizados dados coletados em 2018 para uma análise do funcionamento padrão dos museus pré-pandemia, essencial para o entendimento de todas as sociabilidades possíveis. Foi utilizado como estudo principal o Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (MASP), que possui um espaço que convida muitos tipos de interações entre os diferentes públicos. A partir da pesquisa de Bourdieu e Darbel (1969), uma nova vertente de políticas culturais começou a ganhar força: a da democracia cultural, que reivindica uma definição mais ampla de cultura. Esta vertente chega ao Brasil a partir da redemocratização, abrindo espaço para novas definições sobre cidadania cultural, que foi estabelecida a partir de três pontos centrais: direito do uso do espaço; participação na definição cultural; e experimentação e formação. Vivenciar o espaço do museu pressupõe diferentes formas de sociabilidade para seus diversos públicos. Analisar os diferentes usos permite desenhar de qual forma a sociabilidade está sendo exercida. No MASP, a concepção de uma nova missão e processos curatoriais abertos fortaleceram políticas polifônicas dentro do museu, apesar de ainda existirem alguns processos que centralizam decisões. O público é incentivado a criar suas próprias relações com o museu, sem que haja uma hierarquização de conexões, por mais que ainda seja necessário criar mecanismos para que todos se sintam amparados. A ressignificação dos espaços do MASP acontece diariamente e de formas diversas pelos públicos que utilizam o espaço, tornando-se um local para festas, encontros, moradia e outros. Espera-se que este artigo contribua para uma maior compreensão sobre a importância de museus e políticas culturais mais democráticas como forma de garantir a cidadania cultural. Articular sobre esse tema é necessário neste ano de 2022 com o fim da vigência do Plano Nacional Setorial de Museus e possível reeleição de um governo que promove um grande desmonte institucional do apoio à cultura através de políticas governamentais que enfraquecem e censuram algumas manifestações.
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    Do Leite Moça ao cigarro: a sedutora indústria de produção de desejos
    (2021) Nurchis, Giovana Bianchi; Almeida, Rodrigo Estramanho de
    Este artigo tem como objetivo promover uma reflexão acerca do processo de construção da realidade a partir da articulação entre conceitos das Relações Públicas, da Sociologia e da Psicanálise. Para isso, foram analisadas duas campanhas desenvolvidas por grandes empresas - Nestlé e Lucky Strike - que tiveram êxito em promover mudanças de comportamento em seus públicos-alvo a partir do engendramento de desejos. Com isso, identificou-se que é possível criar conexões profundas com os sujeitos a fim de influenciar comportamentos e modos de pensar. Por fim, o artigo propõe uma reflexão a respeito de como tais estratégias poderiam ser utilizadas de maneira justa e ética para promover causas sociais por meio da Comunicação de Causas.
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    Moral sexual contemporânea do homem: semelhanças e diferenças cem anos depois
    (2021) Martins, Gabriel Borges; Alencar, Rodrigo
    Este artigo tem o objetivo de abordar aspectos próprios à moral sexual contemporânea do homem, cujos ideais e estigmas têm consequências psíquicas análogas àquelas encontradas por Sigmund Freud em Moral sexual civilizada e neurose moderna. Buscamos identificar o que é um homem, utilizando as linguagens sociológicas e psicanalíticas, reconhecendo as diferenças de expectativas entre os gêneros, ou semblantes, e a moldagem das reações diante de seus desencontros. Recorrendo principalmente à representação da moral sexual nas mídias, tais como a publicidade e a indústria pornográfica, consideramos suas semelhanças e diferenças em relação ao século passado e discorremos, então, como a moral sexual civilizada contemporânea impõe sacrifícios psíquicos aos homens.
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    A Igreja Universal do Reino de Deus, o espírito neoliberal e a violência estrutural no Brasil
    (2021) Palmeira, Cleire Thomaz; Barboza, Darlan Praxedes
    Este ensaio pretende analisar a relação existente entre o violento legado da escravidão, que estruturou a formação da sociedade brasileira, e as conexões desta formação histórica particular com o neoliberalismo e a sua face teológica, a “Teologia da Prosperidade”, difundida pela Igreja Universal do Reino de Deus. Serão abordadas questões tais como o racismo, a violência e o patriarcalismo, produtos desse processo histórico, assim como as raízes históricas da desigualdade social, aspecto mais visível desse processo histórico de formação, e a mudança no campo da mentalidade necessária à construção de novos sujeitos políticos, que deixam de pensar em arranjos coletivos para agarrarem-se a um individualismo que os culpabiliza pelo fracasso e faz do fiel evangélico iurdiano um “sócio de Deus” na luta pelo “sucesso”. Para tanto, o presente ensaio se inscreve em uma perspectiva transdisciplinar, dialogando com diferentes áreas do conhecimento, a fim de apreender aspectos decisivos do complexo processo de formação da sociedade e do capitalismo à brasileira, conferindo especial ênfase à contribuição religiosa (o neopentecostalismo) como conformadora de um espírito empreendedor ou, ainda, neoliberal.
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    A trincheira comunista no YouTube: os sentidos mobilizados pelos sujeitos discursivos de três produtores de conteúdo marxista
    (2021) Basilio, Andressa; Chicarino, Tathiana Senne
    Este estudo tem o objetivo de analisar a comunicação comunista no YouTube a partir das estratégias discursivas e dos sentidos mobilizados por três produtores de conteúdo/divulgadores do marxismo na plataforma: Jones Manoel, do canal que leva seu nome, Rita von Hunty, do Tempero Drag, e Sabrina Fernandes, do Tese Onze. A investigação empírica apoiou-se no ferramental teórico da Análise do Discurso e da Teoria Semiolinguística para mapear os sujeitos discursivos (éthos e páthos) de cada um dos canais, tomando como corpus de análise 254 vídeos publicados entre janeiro de 2019 e fevereiro de 2021, período em que a extrema direita ocupa a Presidência do país. Os resultados indicaram três diferentes sujeitos discursivos, em relação a estratégias e sentidos mobilizados, mas que convergem no ponto em que trabalham pela formação política da audiência e travam disputa por uma visão de mundo que coloca o marxismo como alternativa para a superação do sistema neoliberal no Brasil.
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    A potência da juventude periférica: a experiência do Sarau do VOPO
    (2021) Yanez, Waldo Felipe Gonzalez,; Braghini, Sergio Luís
    O presente artigo tem como objetivo contribuir com as reflexões sobre juventude brasileira. Partindo das nossas análises in loco no Sarau do VOPO, organizado por jovens moradores do bairro periférico Pq. Vila Maria na Zona Norte de São Paulo, buscamos traçar uma relação entre a potência da juventude, os saraus de periferia e o exercício da cidadania. Para isso traçamos o seguinte caminho: iniciamos buscando conceituar os termos adolescência e juventude, com o objetivo de escapar de abstrações que possam ser generalizantes e não dialoguem com os sujeitos envolvidos em nossas análises. Nos interessa muito mais que determinar o melhor uso do termo que marca a fase da vida entre a infância e adultos, trazer à tona a especificidade do jovem periférico. Em seguida realizamos uma breve consideração sobre a cena dos saraus nas periferias, seu surgimento, suas influências do rap, da literatura marginal e seu papel como uma arte cidadã. Ao fim, realizamos a análise da experiência do Sarau do VOPO, através da organização do próprio evento, que contempla um ritual de silêncio, declamações e aplausos. Além disso, apresentamos algumas produções poéticas que traduzem os sentimentos envolvidos entre os jovens frente as desigualdades vividas e como estas são expostas socialmente através da poesia.
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    O presidencialismo sem coalizão: os alicerces da governabilidade de Jair Bolsonaro (2019-2021)
    (2021) Mairro, Andrei Wilson Nadruz; Luz, Joyce Hellen
    Desde a redemocratização, a governabilidade dos presidentes no Brasil, entendida como a capacidade de o governo em aprovar a sua agenda, tem sido conquistada e mantida através da formação de coalizões com demais partidos no interior do Congresso. A bibliografia aponta que esse relacionamento entre Poder Executivo e Legislativo envolvia, até então, um processo de distribuição de pastas ministeriais, na qual esses partidos passavam a fazer parte também do Executivo, votando junto com o governo para aprovar políticas construídas de forma conjunta. A chegada de Jair Bolsonaro inaugura um fenômeno novo na democracia brasileira: a existência de um governo sem coalizão, mas com governabilidade. Esse trabalho busca entender quais elementos estariam garantindo essa governabilidade, que apesar de diferenciada, é demonstrado que ainda atua em termos partidários.
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    Brincar de boneca: a construção e desconstrução da feminilidade na imagem das bonecas Barbie e Monster High
    (2021) Santos, Anabelle Custodio dos; Macedo, Renata Mourão
    Este ensaio busca oferecer temas para a reflexão sobre imagem e características identitárias e de gênero impressas nas bonecas Barbie e Monster High. Com base nas teorias da Construção da Realidade e da Psicanálise a pesquisa buscou comparar o histórico da boneca como objeto de transmissão de saberes e historicidade do gênero feminino e da feminilidade. Esse objeto transporta em sua forma os significados das realidades subjetiva e objetiva de um gênero e conduz a associação do sujeito com o meio em que vive. A trajetória comercial das duas bonecas se entrelaça com os propósitos do feminismo frente ao capitalismo além da brincadeira. Essas transformações podem ser interpretadas na figura dessas personagens, o que reforça a sua potência como objeto transicional e de similaridade.

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